Roy Hodgson: Coerência + Ousadia = Copa de 2018



Steven Gerrard, Frank Lampard, Michael Owen, Ashley e Joe Cole, David Beckham, Wayne Rooney, Rio Ferdinand, Paul Gascoigne, Gary Lineker, David Seaman, John Terry, Gary Neville, Nicky Butt, Paul Scholes... Apesar de ter possuído todos estes e outros fantásticos jogadores, a seleção da Inglaterra não ganha nenhum título desde 1966, nos tempos de Sir Bobby Charlton, Gordon Banks e Bobby Moore.

Sempre foram montados bons times tecnicamente, porém, diferentemente do setor econômico do país, a parte tática teve sua evolução um tanto quanto retardatária.

Para os menos entendidos do futebol moderno, o futebol inglês ainda é estereotipado como "só correria e bola longa". É um erro usual, porém, grave de se cometer, haja visto que, em sua maioria, os clubes do campeonato inglês mudaram muito seu estilo de jogo, e não é de hoje que desempenham um futebol muito mais bonito que antigamente.

Mas também, os maiores times do país, ultimamente sempre contam com poucos ingleses no time titular, preferindo sempre uma grande miscigenação de nacionalidades. Atual campeão da Premier League, o Manchester City conta com 1 único inglês titular no time, Joe Hart, goleiro; Chelsea, United e Arsenal têm 3, Liverpool tem 6. Isto explica o fato de o futebol da seleção crescer mais lentamente em relação aos clubes do país.

Tais fatos fazem com que a Inglaterra não seja considerada uma forte candidata ao título. Apesar de ter jogadores muito bons, o time dos Três Leões não almeja muita coisa neste mundial, e Hodgson sabe dissoPortanto, além de ter sido extremamente coerente quanto ao mérito dos jogadores convocados, ele teve ousadia pra mostrar um bom futebol.

Tendo em vista que - embora sejam uma seleção de respeito - seu time não tem grandes pretensões, e não tem nenhuma pressão para ser campeão, Hodgson não tinha nada a perder chamando jogadores jovens e inexperientes, deixando de lado os medalhões de sempre. Pelo contrário, só tinha a ganhar. Com isso, além de mudar pra uma forma de jogar mais alegre, moderna e ofensiva, daqui mesmo ele inicia um processo de amadurecimento destes novatos. Quando chegar à copa de 2018, jogadores como Barkley, Sterling, Shaw e Chamberlain já carregarão a experiência de uma copa do mundo, e talvez não sentirão tanta pressão.

Entretanto, claro que ele ainda trouxe alguns velhos e bons valores ingleses: Gerrard, Lampard, Rooney, Hart, Johnson e Milner; e apesar de que apenas os dois primeiros ultrapassam a marca dos 30 anos, todos estiveram presentes na Copa de 2010. Uma mescla de experiência e juventude, que resulta em uma enorme qualidade técnica para The English Team.


Goleiros: Joe Hart, Ben Foster e Fraser Forster
Laterais: Glen Johnson, Leighton Baines e Luke Shaw
Zagueiros: Phil Jagielka, Gary Cahill, Phil Jones e Chris Smalling
Volantes: Steven Gerrard, Frank Lampard, Jack Wilshere
Meias: Ross Barkley, Jordan Henderson e Adam Lallana
Pontas: Raheem Sterling, Alex Oxlade-Chamberlain e James Milner
Atacantes: Wayne Rooney, Daniel Sturridge, Danny Welbeck e Rickie Lambert.

Estes foram os 23 ingleses convocados para a Copa do Mundo. Em destaque, os jogadores com menos de 21 anos.

Os jovens convocados:


Luke Shaw (Southampton): Apenas 18 anos, e, com uma temporada em nível muito alto, Shaw integrou a seleção do campeonato inglês 2013-14. É um lateral-esquerdo com muito talento pra atacar: é veloz, muito habilidoso e excepcional nos cruzamentos e passes longos. Defensivamente também é muito estável, marca com muita raça e qualidade, e deixa pouquíssimos espaços em suas costas. O titular na copa deve ser Leighton Baines, mas com certeza ele deve marcar presença em alguns jogos. Tem muitíssimo potencial.


Ross Barkley (Everton): "Ele é uma mistura entre Paul Gascoigne e Michael Ballack. É o melhor talento inglês que vi.Palavras de Roberto Martínez, seu treinador no Everton. Inúmeros elogios de grandes personalidades do futebol para este jogador. Barkley é de um talento inato. Enorme qualidade na armação das jogadas e na noção de ritmo de jogo; chutes fortes e precisos de qualquer distância; um fôlego interminável que o condiciona a uma grande capacidade para rodar todo o campo e preencher todos os espaços vazios; excepcional na bola parada, tanto cobrando, quanto finalizando - 1,89m de altura. O meio-campo inglês pra copa talvez não esteja totalmente definido, e por mais que, inicialmente, Barkley não seja considerado titular, pode muito bem ganhar sua vaga, até porque pode jogar em todas as funções do meio-campo - meia-atacante de origem. Esse jogador tem MUITO futuro mesmo, e é bom ficar de olho.


Alex Oxlade-Chamberlain (Arsenal): Joga de meia-atacante, aberto pelos lados ou até de volante. Chamberlain cumpre todas estas funções com muita qualidade, justamente por ter notória habilidade nos dribles, passes e muita velocidade. Uma arma letal para puxar os contra-ataques e pra cansar defesas adversárias, e é fatal, também, entrando na segunda etapa - quando os times já estão mais cansados. Deve ser reserva, mas com muitas chances de figurar em alguns jogos, pela meia-esquerda.


Raheem Sterling (Liverpool): Talvez a melhor revelação do último campeonato inglês. Com 19 anos, muitos apontam Sterling como um futuro craque do futebol mundial. Este deve ser titular com a seleção, jogando pela meia-direita. Além de ser um 'velocípede' de muita habilidade, tem enorme importância tática no time, tanto contribuindo defensivamente, quanto pra acelerar o jogo quando preciso. Sterling também tem um talento muito especial, já atrai interesse de muitos grandes clubes europeus, e sua estrela deve brilhar nesta copa. 


Minhas expectativas para The English Team:


Possível time titular: Hart; Johnson, Jagielka e Cahill, Baines; Gerrard e Henderson, Sterling e Lallana; Sturridge e Rooney.

Com 5 possíveis titulares (Johnson, Gerrard, Henderson, Sterling e Sturridge), o Liverpool deverá ser a base da seleção. Com um futebol bonito, veloz e objetivo, os Reds também mereceram muito ser campeões do campeonato inglês. Não acho que Hodgson irá "copiar" o estilo de jogo do vice-campeão da BPL, porém, acho que seria a melhor coisa a se fazer:

Eles jogaram num 4-1-4-1 disfarçado de 4-4-2, com Gerrard, que antes circulava muito mais pelo campo, agora jogando muitas vezes à frente da zaga, iniciando as jogadas do time: com Hodgson, o capitão também passou a adotar essa postura mais defensiva. Os dois meias centrais que ficavam à frente do seu camisa 8 (que na seleção é camisa 4) eram Henderson e Coutinho; o primeiro, muito provavelmente será titular durante a copa, e seu parceiro deverá ser Adam Lallana, jogador que não foge muito às características do brasileiro Coutinho. Sterling, uma grande revelação da Premier League, também deve ser titular com a seleção. No Liverpool, os dois atacantes são Luis Suárez e Daniel Sturridge; na Inglaterra, Sturridge continua como titular, e seu parceiro é Wayne Rooney.

Suárez e Rooney são os dois craques do Liverpool e da seleção, respectivamente. Além de serem dois dos melhores jogadores do mundo, são muito parecidos em seu estilo de jogo: inicialmente, ambos são centroavantes, editando um 4-4-2; porém, estão constantemente caindo pelo lado esquerdo do campo, buscando a bola para partir com ela em progressão, e daí se monta o 4-1-4-1. Suárez é mais incisivo, parte com ela sempre em direção ao gol; Rooney, ora vai pra fazer o gol, ora corta pro meio pra armar o time e buscar alguma assistência pra algum companheiro.

E o selecionado britânico conta ainda com uma melhoria em relação ao time da cidade de Liverpool, que é na parte defensiva. O clube tem uma zaga bastante instável e que falha com frequência; já a seleção, conta agora com Jagielka e Cahill, dois dos melhores zagueiros de toda a Premier League, além de Johnson, lateral direito do próprio Liverpool, e Baines, o melhor e mais completo lateral esquerdo do mundo na minha opinião.

A Inglaterra não é nenhum "pato morto" nesta Copa do Mundo, não. É um time que vai muito além da tradição e dos jogadores com grandes carreiras passadas. Em 2014, The English Team chega cheio de talento e prepara várias surpresas, e quando chegar em 2018, talvez possam ser considerados favoritos, pelo enorme potencial que têm agora. Sinceramente, não descarto que eles possam chegar às semi-finais do torneio.
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Sobre Victor Eduardo

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