Alemanha sacramenta o retrocesso do futebol brasileiro


Alemanha: Kahn, Friedrich, Worns, Nowotny, Frings (Podolski 45), Hamann (Klose 79), Lahm, Schneider, Ballack, Schweinsteiger (Jeremies 86), Kuranyi.

Você deve estar se perguntando que time é esse. Essa é a Alemanha da Eurocopa 2004, que foi eliminada pela República Tcheca, e a partir dali, inicia-se um novo processo no futebol alemão, que começa da base até a estruturação da liga nacional.

Que processo é esse? É um processo que olhando de forma objetiva, mostra que o Brasil não é mais o país do futebol. O futebol aqui não é tratado como merece, e nem de forma séria e correta, como é na Alemanha. O novo marco da história do futebol brasileiro, não é um acaso, e consolida o auge da nova fase do futebol alemão, que pode atingir seu ápice nesse Domingo.

A Copa das Confederações e Copa do Mundo de 2006 serviria para testar novos moldes para a Alemanha, e tinha sua função política também, de unificar o país. Se sabia das limitações, os objetivos eram claros. A participação na Copa das Confederações em 2005 foi positiva, sendo eliminada de cabeça erguida pelo poderoso Brasil. Na Copa do Mundo, superou as expectativas, atingindo um honroso terceiro lugar. O resultado, era inferior ao time de Völler, mas o futebol, até pelas metas traçadas pela DFB, era excelente. A partir desse momento, a nationalelf frequenta naturalmente as decisões, e ganha reconhecimento por sua capacidade de desenvolver talentos, e não por seus resultados e títulos. Com talentos, os títulos chegam naturalmente.

Já o futebol brasileiro, em geral, é um grande desastre em termos de administração, tendo seu auge em 2006, no período de preparação para a Copa do Mundo. Parreira perdeu sua boa base das eliminatórias e Copa das Confederações, aderindo aos interesses comerciais, no caso, uma preparação liberal e a composição do folclórico quadrado mágico. Para a copa Seguinte, as linhas foram modificadas, o talento e estrelas é substituído pelo pragmatismo e competitividade de Dunga, com um time longe da tradição tupiniquim, com repertório curto e sem talento não deu eu outra, Brasil eliminado.

Em 2010, surgia uma nova e promissora safra, com Lucas Moura, Neymar e Ganso, jogadores literalmente 'brasileiros', criativos, envolventes e extremamente capazes de improvisar. O escolhido para essa renovação era Mano Menezes, que tentou ao máximo, excluir as lembranças do chato time de Dunga. Não encontrou padrão, vários nomes certos para a nova renovação, não vingaram, mas o Mano deixava uma base para Felipão. Ele, com pequenos e pontuais ajustes, ganhou a Copa das Confederações, empolgou o povo e trouxe um clima extremamente positivo para a amarelinha. A preparação pré-Copa já havia sido mequetrefe e enfadonha, parecia que o futebol era apenas um complemento de todas as partes envolvidas, um clima de oba-oba imenso. Os amistosos contra Panamá e Sérvia já mostravam e indicavam uma copa tenebrosa, o que se confirma contra a Croácia. Contra o Chile, o golpe fatal, a mascara cai, e imediatamente, cria-se um caminho para desvirtuar as limitações da mesma: o psicológico.

O Psicológico, supracitado, que combina e se une a falta de padrão da seleção brasileira. Sem repertório algum, totalmente envolvida pelos alemães e extremamente despreparada para um jogo dessa dimensão, para uma Copa do Mundo diante do seu próprio torcedor. Felipão mostrou como o padrão brasileiro está ultrapassado, com um futebol apático e 'duro', sem variedade alguma. Tentou-se jogar por Neymar, tentou-se criar um clima favorável, mas seu adversário, era puro futebol.

Outro fator determinante é a preparação. A comissão não tem condição alguma de assumir favoritismo, e assim apenas ficou evidente a falta de modernidade dos mesmos. Pouco se treinou, pouco se falou sobre o campo, sobre as deficiências apresentadas durante toda Copa. Felipão se deu por satisfeito, na base do 'vamo ver', 'vamo lá', mostra que está ultrapassado e simplesmente não tem como contribuir para o futebol atual. Já a Alemanha, chegou ao Brasil determinada mas com um clima leve, para aproveitar ao máximo nosso país, conquistar parte do público e assim construir um ambiente certeiro para vencer. Basta ver Podolski e sua imensa simpatia, ao postar fotos com várias camisas de clubes brasileiros, Schweinsteiger declarando torcida para a canarinha e etc... A Alemanha já começou ganhando a Copa fora de campo, Santa Cruz Cabrália que o diga.

Voltamos ao começo. Após a eliminação vexatória de 2004, Klismann e Low recebe a tarefa de refinar o futebol alemão, de mudar o esteriótipo sobre os mesmos. Existiu uma mobilização nacional, para a facilitação de escolinhas de futebol( todos os times foram obrigados a manter a formação de atletas), a prioridade para a parte técnica, não física, um novo fair-play para a Bundesliga, reformulação nas arenas. Tudo pelo futebol, em torno dele, como ele merece.

O Brasil tem em sua esquadra titular um goleiro que joga no Canadá, uma aposta que é reserva do Shakthar, dois atacante que joga no decadente futebol brasileiro, um zagueiro que joga na lateral e nunca foi convocado, e assim vai, um time feito e desenhado por plebeus, sem requinte, sem grife, e sem um comando que os faça jogar em alto nível. A Alemanha, possuí jogadores talentosos, cirúrgicos para realizar suas tarefas em campo, em todos os setores do campo, com suplentes capazes de variar e acrescentar novidades ao jogo, mover o esquema e tantos outros atributos do jogo de futebol.


Kroos, Neuer, Muller, Ozil, Draxler, Schürrle e outros nomes, até o cortado Marco Reus, estão sobe a batuta de Schweinsteiger, Lahm e Klose. Uma mistura de talento com experiência, sem vagas cavadas para medalhões e ultrapassados. Joachim Löw não é uma figura unânime, mas tem respaldo para impor o que pensa de futebol (mesmo que as vezes seja errado). Mas, certamente, é um professor mais evoluído que os escaladores brasileiros. O Brasil é conhecido por sua produção de jogadores, mas quem tem um goleiro técnico e explosivo, um lateral preciso e inteligente, um meia refinado e com poder de finalização, um atacante forte e técnico em todos os lados do ataque não somos nós, e sim os alemães. Isso é simples, isso é algo condizente a formação de atletas.

Todos querem mudanças, um treinador estrangeiro, uma nova instituição para administrar o futebol brasileiro, reformulação das categorias de base, mas já se sabe, existe muita gente que se esforçou para o futebol brasileiro chegar nessa fase, e não largaram o osso facilmente. Não existe novidades, o Brasil está acomodado futebolisticamente e aceitando ser ultrapassado, fora e dentro de campo.

Mesmo com nomes tão marcados, é impossível insistir em erros tão graves e cabulosos. A maior derrota do  futebol brasileiro ficará estampada, por anos e anos, se uma iminente reformulação não vingar, por décadas. É o antes e o depois, o divisor de águas, e a gota da água, para o futebol ser bem tratado, como muitos já estavam pedindo.
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